Fahreneit 9/11
Assisti ontem à première nacional de Fahreneit 9/11.
A fama deste documentário precedeu-o, em muito, e Portugal não foi excepção.
Fiquei assombrado. Sendo um documentário, evidentemente não vemos ali nenhuma ponta de ficção, nenhum actor desempenhando um papel banal, nenhuma especulação. Temos factos! Muitos deles sórdidos...
Não vou avançar com a descrição do mesmo; antes recomendo vivamente a todos que tentem ver este documentário, o mais crítico e cáustico realizado por Michael Moore.
Lembram-se de Bowling for Columbine? Esqueçam! Fahreneit 9/11 supera todas as expectativas com um estilo mordaz e peturbador, típico do seu realizador.
Moore evidencia e denuncia um manancial de contradiçoes insanáveis, incontornáveis, do típico "american way of life", da política e do próprio jornalismo americano, reveladas a nú e de bandeja a quem quiser conhecê-las. Alvo único, claro: Bush e "sus muchachos", sem esquecer que "quem sai aos seus, não degenera".
E aí é que está uma das grandes virtudes deste documentário: os factos (e só factos, reitero) são a linha condutora da narrativa; a trama política adensa uma tímida teoria da conspiração, mais declaradamente financeira que de mero xadrez político.
Os factos sempre estiveram lá, mas nem todos repararam neles. Ou foram deliberadamente afastados da nossa atenção.
Kerry e a Convenção Democrática agradecem. "Quid est veritas", também.
Saí do inferno do S. Jorge com uma clara certeza: neste pedacinho de mundo à beira-mar plantado, não fazemos a mais pequena ideia do que realmente se passa lá por fora...
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